Autoproclamado o segundo maior bloco do Recife, perdendo apenas para o Galo da Madrugada, o Cabeça de Touro arrastou um grande público, neste sábado (18), pelas ruas do Engenho do Meio. No ano em que completa três décadas de existência, a festa contou com oito trios elétricos, que saíram pela rua Manoel Estevão da Costa.
Como uma típica festa de carnaval de bairro que se preze, as bandas não focam no frevo ou em qualquer outro ritmo tradicional. O repertório foi de Alceu Valença a MC G15 (Deu Onda), de Legião Urbana a MC Troia. Qualquer sucesso entra na conta, por mais recente que seja. Para cantar o hit "Balança, Balança", por exemplo, o cantor do trio Arena precisou ler a letra no telefone celular.
O começo do trajeto é agitado, mas não o suficiente para atrapalhar quem mora na rua fazer a festa na frente de casa ou até mesmo no terraço. Várias pessoas, inclusive, optam por esse tipo de "camarote". "É mais seguro, a gente junta os amigos, dá pra ficar com as crianças longe do tumulto, compra cerveja, faz churrasco e fica vendo os trios", explica o professor Sérgio Nogueira, que mora no local há seis anos.
Com fama de perigoso, o Cabeça de Touro contou com cerca de 700 policiais militares e 150 seguranças particulares contratados pela agremiação. A reportagem do LeiaJá não flagrou nenhum incidente, mas um PM que não quis se identificar disse que, apesar do grande efetivo, as confusões são inevitáveis. "A gente já vem preparado para apartar briga, é bem perigoso sim", revela.
Confusões à parte, a maioria do público se preocupa mais em se divertir. Apesar de não ser um bloco com tradição de foliões fantasiados, encontra-se alguns criativos no meio da multidão. Frequentador há cinco anos, o técnico de produção Josafá Benedito incorporou seu ídolo, o cantor de brega Falcão. "Todo ano é a mesma fantasia, sou fã dele", revela. Perguntado sobre o que mais gosta da festa, responde como um alter ego do músico cearense: "mulher".
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