
A crescente oferta de camarotes fechados no Carnaval de Olinda e Recife criou um novo filão dentro da maior festa popular do Estado. No meio da polêmica entre o que é ou não espaço público e em até que ponto uma festa privada atrapalha ou desvirtua a verdadeira Folia de Momo de Pernambuco, um dos maiores empreendedores do ramo (aliado ao público consumidor) defende esse tipo de entretenimento.
Proprietário da BG Promoções, responsável pelo Camarote Parador, o empresário Bruno Rêgo exalta o evento e afirma que ele traz benefícios para a festa. “Todo grande Carnaval tem seus camarotes, como vemos em Salvador e no Rio de Janeiro. Trazemos para cá grandes nomes da música brasileira como Henrique e Juliano, Wesley Safadão, O Rappa e Maiara e Maraisa. As pessoas estão deixando de ir para outras cidades para vir pra cá por causa desses shows. Eu acho que deveríamos ter, inclusive, um incentivo maior do poder público”, afirma.
Sobre as queixas de que o Parador, que funciona no estacionamento do Porto do Recife, ao lado do palco do Marco Zero, atrapalha a festa oficial, Bruno releva as críticas. “Nem Jesus agradou todo mundo. Respeito quem não é a favor, mas toda unanimidade é burra. Não prejudicamos quem está fora. As pessoas têm as ruas e têm os camarotes. A insegurança hoje em dia também leva o público a optar pelo Parador. Além, claro, do serviço que oferecemos”, conta.
A violência vem sendo apontada também pelo público como um dos principais fatores para a procura por espaços VIP. “Eu, hoje, não iria a um bloco de rua”, conta a representante comercial Lara Nayra que, pelo terceiro ano, irá para o Carvalheira na Ladeira com o namorado e mais um grupo de dez pessoas. “Eu gosto do carnaval de rua também, mas no camarote existe organização, facilidade com bebida, conforto e as atrações são muitos boas. Não vejo problema em não ter só artista tradicional”, comenta.
Estigmatizado como uma festa violenta, o Galo da Madrugada também reserva sua cota de espaços privados que aumenta a cada ano. Segundo o Corpo de Bombeiros, que fiscaliza as estruturas, houve 74 pedidos de vistorias esse ano. “Nunca fui para o chão, é o segundo ano que vou e irei para camarote”, revela o contador Dennis Barbosa. “O bloco tem um percurso longo e no final sempre tem muita briga. No camarote tem a comodidade, um bom serviço e uma melhor visão dos trios. A maioria dos meus amigos também faz essa opção. Mas em Olinda, fico na rua”, garante.
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