Como já é tradição, uma multidão tomou conta da Estrada do Bonsucesso para reverenciar o calunga mais amado do Carnaval de Olinda. Com o tema “Negro Rei”, o Clube de Alegoria e Crítica o Homem da Meia-Noite homenageou as raízes africanas que deram origem à agremiação.
A roupa desse ano foi confeccionada pelo grupo Bongar, no Terreiro de Xambá. "Pela primeira vez, em respeito a esse momento histórico, não abri a roupa assim que a recebi", contou ao LeiaJá o presidente Luiz Adolpho. Ele, ao lado do percussionista Erasto Vasconcelos (em memória), é um dos homenageados do carnaval de Olinda em 2017.
A saída do calunga provocou uma verdadeira comoção. Uma das convidadas especiais era a aposentada Maria dos Anjos, conhecida como Dona Lilia. Ela e as três filhas frequentam a agremiação há décadas, mesmo morando em Jaboatão. “Eu tenho a idade dele”, conta a senhora que também completou 85 anos, em 2017. ”Gosto de tudo, desde a roupa até a festa. Lembro da primeira vez que o vi, foi inesquecível”, diz.
Do lado de fora da sede, as amigas Mônica Mesquita e Fátima Assis estavam de prontidão. Elas chegaram em Olinda às 19h e ficaram grudadas na grade para não perder nenhum detalhe. “Eu já tinha visto uma vez, mas esse ano resolvi ficar bem pertinho. É maravilhoso. Uma verdadeira expressão da nossa cultura”, fala.
A confusão é inevitável, por conta do mar de gente. Além de frevo, todos entoaram um canto de parabéns para você. O calunga seguiu um trajeto de quatro quilômetros, até entregar a chave da cidade à Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense, no bairro de Guadalupe, fazendo a abertura simbólica do carnaval de Olinda. “Emoção é a palavra que define o Homem da Meia-Noite. Vem a lembrança do meu pai que viveu e morreu nesse bloco. O velório dele saiu daqui. Quando eu coloco esse boneco na rua, estou homenageando meu pai. Esse bloco é envolvido por afeto”, revela Luiz Adolpho, presidente da agremiação.
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