Batuques, cores e religiosidade dão o tom das apresentações dos maracatus na noite deste domingo (26), no Pátio do Carmo, área central do Recife. O concurso das agremiações levou emoção aos presentes que lotaram as arquibancadas.
Em meio às músicas entoadas, a emoção corria nos olhos de Aline Nascimento. A médica veterinária diz que as lágrimas são de emoção e orgulho. "Essa família passou por muitos problemas, problemas sérios, e conseguiram vir pra rua", disse, em conversa com o LeiaJá.
"Família", essa é a palavra mais dita pelos presentes e amantes da tradição e cultura dos maracatus. "Nós somos isso, somos unidos na alegria e na tristeza, estamos juntos para apoiar e por isso eles conseguiram vir pra rua", explica a veterinária que veio diretamente de Londrina, no Paraná, e possui um elo de amor com a Nação Encanto do Pina.
Com a psicóloga Carolina Villanova não é diferente. Ela é de Maringá, também no Paraná, e comparece aos desfiles há três anos. "Já estive lá dentro desfilando e hoje estou aqui assistindo. A emoção tanto lá quanto aqui é sempre imensa". Ela explica os encantos do maracatu. "Fico muito encantada com o cuidado de uma festa que também é de fé. Todo mundo se envolve e as nações são famílias. Passam pelas alegrias e tristezas juntas", descreve.
A senhora Antônia Maria Alves, de 65 anos, desfila há 18 anos e confessa seu amor pelo Maracatu Nação Encanto do Pina. Ela ainda explica: "Esse amor é passado de geração em geração. E, com isso, a família do maracatu vai crescendo". Sobre a rotina dos participantes, Antônia conta que o ano todo é dedicado ao desfile, com reuniões e ensaios. "Esse dia é muito emocionante. Temos preparação durante todo o ano para chegar o grande dia".
O Encanto do Pina tem ainda um diferencial em relação às outras nações de maracatu: é regido por uma mulher, a mestra Joana.
Avaliação
Segundo o coordenador do concurso de agremiações, Albemar Araújo, os critérios de avaliação varia de acordo com o tipo de agremiação, no entanto, os pontos comuns a todas são os adereços, orquestra ou batuque ou ritmista, o porte do rei e da rainha, a produção da calunga, fantasias, evolução e conjunto.
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