
Há 35 anos, Maria de Lourdes Sales precisou sair da cidade natal, no interior da Bahia para vir morar no Recife. Dominando a arte de fazer o tradicional prato baiano, o acarajé, a nordestina trouxe consigo a paixão pela comida e acabou se encantando com a festa do Momo daqui.
"Quando eu vim para o Recife, me encantei pelo Carnaval de rua. Era aquela coisa alegre, colorida, quente. Cheguei aqui prestes a completar 30 anos e não quis mais ir embora", relembra a baiana.
Para poder se manter e alimentar os filhos, ela decidiu abrir o próprio negócio e começou a vender acarajé nas festas da cidade e nos carnavais de Olinda. Somando tanta experiência com o prato, hoje aos 65 anos ela luta para luta para continuar com a tradição da família.
A vendedora não mede esforços para o trabalho. Bota a mão em tudo. Em cada etapa da preparação tem um toque da baiana. "Desde a colheita do feijão até o troco para o cliente eu me envolvo. Eu amo isso aqui e boto a mão em cada coisa. Sou eu mesmo que produzo tudo e tomo conta. É um produto que nem todo mundo tem igual, por que aqui eu faço com os materiais das melhores qualidades. Gosto do que é bom", defende Maria de Lourdes.
O trabalho, que também tem a contribuição do marido e de algumas filhas., começa sempre às 14h e segue até o anoitecer. Na sua barraca, o preço é o único: R$ 10. Aqui os clientes podem escolher o recheio que vai de camarão a vatapá.
Comparado ao ano passado, Maria explica que as vendas têm sido melhores. Mas a esperança é que nos próximos dias esse número aumente. Para quem quiser experimentar o "Acarajé Baiano da Lourdes", a barra fica na Praça do Carmo, em Olinda, e funciona sempre de sexta à domingo.
O sonho da vendedora é poder um dia ter seu negócio próprio. Como ainda não tem condições de realizar o projeto, Maria de Lourdes vai vendendo seu famoso acarajé pelo Carnaval de Olinda.
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