
Na noite desta terça-feira (16), turistas e pernambucanos acompanham a primeira noite da Terça Negra Especial de Carnaval, tradicional prévia carnavalesca que todos os anos leva para o Pátio de São Pedro grupos da cultura afro. Promovido pelo Movimento Negro Unificado, em parceria com a Prefeitura do Recife, o encontro volta a acontecer no bairro de Santo Antônio, em edição especial de Carnaval.
A abertura da festa foi marcada pelo grupo Ciranda de Sant'Anna, que trouxe para o palco um pouco do maracatu e ritmos ligados ao festejo do Momo. Ainda hoje sobem ao palco o Maracatu Leão da Campina, o Afoxé Obá Iroko e a banda Afro Obá Nyjé. Assim como este encontro, outras atrações estarão na programação do evento nos dias 26 e 30 de janeiro e 6 de fevereiro. "Nossa maior pretenção é levar a cultura afro para o público. Queremos tornar conhecida a nossa missão e levantar a bandeira do empoderamento negro", afirma Demir Favela, produtor do evento.
A Terça Negra completa 18 anos em 2018. Para um dos membros do movimento, Almir da Hora, o evento é um porta para grupos de percussão que surgem nas periferias do Recife e da Região Metropolitana. "Aqui tem espaço para todo mundo que gosta de uma boa música. Tentamos agrupar todo mundo que tem no coração essa missão de levantar a bandeira negra no estado. Tem espaço pro reggae, hip hop, maracatu, afoxé e muitos outros ritmos", declara.
Além da programação especial de Carnaval, a festa também é muito famosa por ter ensaios durante todo ano. Em 2017, a Terça Negra não teve encontros por falta de investimentos por parte da Prefeitura da cidade. Neste ano, a promessa da gestão é que pelo menos uma terça-feira dos próximo meses, o movimento volte as suas atividades. "É muito importante para a cidade do Recife esse encontro. A Terça Negra é uma referência da cultura negra aqui no município e nós, com muito esforço, vamos dar continuidade a esse trabalho. Queremos estreitar os nossos laços com os grupos", afirmou o secretário exectivo de Cultura da PCR, Eduardo Vasconcelos.
Ainda segundo o representante da gestão municipal, a Prefeitura vai construir um calendário com os organizadores da festa para o ano de 2018, mas vai respeitar toda a tradição do Movimento. A estrutura dos eventos esse ano está garantida também pelo município. A festa terá continuidade após o período de carnaval, sempre seguindo o calendário dos orixás. Em maio, o espaço celebra o mês do reggae e em outubro o mês do hip Hop.
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