Seis nações de maracatus abrem na noite desta sexta-feira (9) o Carnaval em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A participação é simbólica para quem compõe os grupos, já que tradicionalmente a apresentação no primeiro dia do período momesco acontecia na capital pernambucana e era comandada por Nana Vasconcelos, falecido em 2016. Neste ano, o espetáculo dos maracatus foi antecipado para a quinta-feira e encerrou as atividades pré-carnavalescas.
O centenário Estrela Brilhante, de Igarassu, na RMR, participa do encontro. Para o mestre Gilmar de Santana, "maracatu não se faz apenas na capital" e Camaragibe prova isso. "É importante que os municípios tragam cultura de verdade para suas cidades. Não faz falta nenhuma o Recife", afirmou.
Mestre da Nação de Baque Virado Encanto da Alegria, do bairro da Mangabeira, na Zona Norte do Recife, Felipe Tavares disse que a apresentação na cidade é uma espécie de "tapa sem mão" na capital. "Camaragibe abre espaço para a valorização da cultura de Pernambuco com o encontro dessas nações e traz convidados esquecidos pelo Recife. É uma tapa sem mão no Recife", declarou.
Felipe Tavares, que está à frente de 70 batuqueiros, salientou ainda que apesar da visibilidade dada pela Prefeitura do Recife com o espetáculo Tumaraca, nessa quinta, a sensação não é a mesma quando Naná Vasconcelos comandava a festa. " Eles nos tiraram com a justificativa do frevo, ano que vem ele vai ter que encontrar outra desculpa", disse.
Os mestres e batuqueiros dos maracatus recebem nesta noite a cantora Isaar, os sambistas Edilza Aires Paulo Perdigão e Jorge Ribas. A festa acontece no polo principal do Carnaval em Camaragibe, na Praça de Eventos da Vila da Fábrica, no bairro homônimo.
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