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colado no calunga • 10/02/2018 - 22:09 • Atualizado em: 12/02/2018 - 11:46

A experiência de viver ao lado do Homem da Meia-Noite

Moradores do Bonsucesso, em Olinda, vivem o bloco de perto sendo parte de uma grande comunidade

por Paula Brasileiro
Para quem gosta de Carnaval, estar perto de um bloco ou agremiação pode ser motivo de satisfação. Mas, para os foliões que moram ao lado da sede do Homem da Meia-Noite, no bairro do Bonsucesso, em Olinda, o  endereço é um privilégio que poucos podem ter. Eles não só assistem à saída do calunga de perto como fazem parte do dia a dia do gigante, transformando a vizinhança numa grande comunidade. 
 
Colada à sede do bloco fica a casa de dona Expedita Gomes. A aposentada mora no local 'desde sempre': "Quando eu cheguei aqui ele nem existia", recorda. Ela conta que o crescimento do bloco foi "demais", desde que este começou a ganhar as ladeiras do Sítio Histórico e que a quantidade de pessoas e a violência a preocupam. O consolo é poder ver o gigante de pertinho e receber sua reverência em todos os carnavais: "Ele é meu amigão", se declara a vizinha.
 
Ao lado de Dona Expedita fica a residência de Izabel Cristina. Desde criança, ela convive com o Homem da Meia-Noite e, inclusive, colabora em algumas necessidades do bloco, como fazem os bons vizinhos. Para ela, que acompanha a agremiação há 34 anos, o crescimento do bloco transformou o público dos desfiles; "Hoje em dia, a gente é muito diferente. Antigamente eram só as pessoas do bairro, a comunidade mesmo, hoje vem muita gente de fora. Melhorou muito". 
 
Já Edvaldo Menezes aproveita a proximidade da casa do calunga para reunir os amigos e a família no dia do desfile. Morador do Bonsucesso há mais de 50 anos, ele abre o sorriso para falar sobre seu vizinho. Para ele, o crescimento do bloco só trouxe melhorias ao desfile e garante, não tem como descrever a emoção de ver o calunga de perto: "Só quem vive é quem sabe. É maravilhoso".

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