
Ritmos como maracatu e samba reggae são executados em pregação evangélica de frente ao Galo (Marília Parente/LeiaJá Imagens)
Uma coluna de 300 jovens vestidos de cinza, tonalidade pouco associada ao colorido do carnaval, tomaram a rua do Sol, no Centro do Recife, na manhã deste sábado (10). O grupo da ONG evangélica Jovens Com uma Missão (Jocum) faz um percurso similiar ao das agremiações que compõem a festa, mas com um objetivo diferente. “A gente passa antes deles, para poder orar e interceder nos lugares em favor da vida das pessoas que virão”, comenta uma das organizadoras da ação, Juliana Siqueira.
De acordo com ela, só no Nordeste, a Jocun realiza esse tipo de saída durante o carnaval há cerca de 20 anos. “Acontece em todo o Brasil. De noite, também vamos percorrer vários pontos do Marco Zero. Sairemos em todos os dias de carnaval, inclusive em Olinda”, explica.

Felipe Souza e Rennan Mateus são voluntários na ação evangélica da Jocun. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)
A euforia é grande quando o grupo da Jocun dobra para Ponte Duarte Coelho, onde encontra outro bloco evangélico: o “Viva Para as Nações”. Uniformizados de vermelho e amarelo, seus integrantes tocam agbês e alfaias em ritmo de maracatu, que tem origem no candomblé. Apesar disso, o organizador da ação, Isaltino Luna, não interpreta a execução do gênero como parte de sua evangelização como apropriação da cultura de outra religião. “Acredito que Deus é o criador de todas as coisas- inclusive da cultura-, todos os ritmos tem sua origem em Deus. Se, em algum momento, qualquer outra religião se apropriou do ritmo, fizeram. Mas eles tem origem em Deus, não temos dúvida”, rebate.

Jocun também promove ação no Marco Zero e atua em todos os dias de carnaval. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)
Animado, o voluntário da Jocun, Felipe Souza, assiste à apresentação de dança, agora em ritmo de Samba Reggae, do Viva Para as Nações. “A gente está com a proposta de mostrar que nós, como cristãos, temos foco de trazer essa a verdadeira alegria para qualquer lugar em qualquer momento”, comenta. Questionado a respeito do consenso de que o carnaval é tempo de alegria, o amigo de Felipe, Rennan Mateus, responde: “Mas é uma alegria que só dura quatro dias, porque sabemos que isso aqui é uma ilusão. A gente quer a alegria que vai durar pela eternidade, porque quem bebe da água de cristo, nunca mais vai sentir sede. Recife é do senhor”, conclui.
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