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decepção • 17/02/2019 - 09:15 • Atualizado em: 17/02/2019 - 11:13

Bal Masqué perde o brilho em sua 71ª edição

Tradicional baile de máscaras não atraiu a mesma quantidade de público de anos anteriores e organização ficou devendo em alguns aspectos

por Paulo Uchôa

O período de prévias carnavalescas em Recife está fervendo, mas algumas festas já não tem mais tanta empolgação. Nesse sábado (16), no Clube Internacional, no Bairro da Madalena, foi realizada a 71ª edição do Bal Masqué. Famosa pelo tradicional baile, a festa passou por maus bocados. Previsto para liberar a entrada do público a partir das 21h, o evento começou a receber os foliões uma hora depois. Apesar de ter atrasado, o Concurso de Máscaras Luxuosas começava para poucas pessoas no salão do clube. Sem a presença de torcedores, os candidatos desfilaram na passarela mostrando suas produções para dezenas de pessoas.

Ao término do desfile, que por sinal ficou devendo uma decoração à altura do baile, apenas com bandeiras picadas semelhantes às das ruas em tempos de Copa do Mundo, Faringes da Paixão subiu ao palco na área externa. A banda liderada por Marcelove iniciou a apresentação para um público mínimo. Nesta edição, a estrutura do evento sofreu alterações. O palco que ficava de lado nos anos anteriores teve a intenção de receber os foliões de frente, na direção de quem deixasse o local do concurso.

Os espaços que careciam de mais pessoas eram nítidos. Quem cruzava as dependências do evento conseguia passar sem pisar no pé e esbarrar inesperadamente em alguém que estivesse dançando no desconforto do chão de britas - já conhecido no Internacional. Os camarotes, por exemplo, deixaram os seu grandiosos andares no passado; antes três, agora um só andar estava disponível.

Entre calor e chuviscos, às 0h40, Nena Queiroga foi a segunda atração da noite iniciando o seu show com o clássico “Chuva de Sombrinhas”, sucesso que estremece nas vozes de outros artistas durante o bloco Galo da Madrugada, no Sábado de Zé Pereira. Enquanto Nena cantava, algumas pessoas procuravam um lugar para esperar a principal atração, Solange Almeida, ex-vocalista do grupo Aviões do Forró.

Para a comerciante Adriana Azevedo, de 40 anos, a prévia carnavalesca ficou a desejar. “Não gostei. Eu, especificamente, estou aqui para ver o show de Solange Almeida. As outras atrações não me interessam. Quando ela [Solange] terminar de cantar, eu vou embora”, declarou. Já para a motorista Conceição Cabral, mais conhecida como Ceça, o Bal Masqué lhe causou má impressão. “Como é um baile à fantasia, achei muito fraco. Poucas pessoas vieram no clima do evento. Este é o meu primeiro ano e não gostei. Se em 2020 a Solange estiver aqui, eu venho. Caso contrário, eu não apareço”, disse Conceição.

Com pessoas saindo por volta de 1h20, o Bal Masqué 2019 também foi marcado por ambulantes embalando as mercadorias e deixando a localidade, fluxo de carros sem estresse nas imediações da Rua Benfica e pouca empolgação dos foliões em todos os ambientes do Clube Internacional do Recife, berço dos antigos festejos que fazia muita gente tirar - literalmente - os pés do chão ao som de Claudia Leitte, Alceu Valença, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Saulo Fernandes. 

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