Fora das entradas ao vivo dos principais veículos de comunicação, o brega funk é tão ouvido quanto frevo no entorno da escultura do Galo da Madrugada, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife. A música de “Barulho da Kikada”, dos MC’s Niago e Seltinho, que ecoa das caixas de som de um dos ambulantes presentes, busca espaço entre as orquestras que já circulam pela área. É nesse ínterim que Abrãao Camargo da Silva, 13 anos, Wesley Silva Santos, 12, e Ângelo Silva Santos, 13, colocam em prática as coreografias do “passinho dos malokas”, ensaiadas nas ruas do bairro de Sítio Novo, Olinda, onde os garotos moram.
Com os shorts, tênis e camisetas combinando, traço habitual do gênero, além dos cabelos pintados de vermelho, os garotos ignoram as críticas de alguns transeuntes. “A gente fica feliz dançando. Têm uns que dizem: ‘oxe, essa música é feiosa’ ou preferem samba”, comenta Abrãão. De acordo com o garoto, o gosto pelo passinho veio dos clipes que assiste no Youtube. “Aprendi a dançar lá em Sítio Novo. Gosto de Shevchenko e Elloco, Troinha e Niago e Seltinho”, conta.
Conhecido pelo perfil experimental da programação, o festival Rec Beat, um dos pólos do carnaval do Recife, recebeu críticas de alguns foliões pela inclusão de Shevchenko e Elloco na programação. “A gente vai, se minha mãe deixar”, comenta Ângelo. Quando o trio é questionado pela reportagem se o frevo é o ritmo preferido, a resposta vem em uníssono: “passinho dos maloka”.
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