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Bloco • 03/03/2019 - 09:07 • Atualizado em: 03/03/2019 - 09:07

"Eu ainda me arrepio com o desfile", diz presidente do Homem da Meia-Noite

Homenageados agradeceram pelo espaço e reconhecimento do trabalho

por Jameson Ramos
Rafael Bandeira/LeiaJáImagensRafael Bandeira/LeiaJáImagensRafael Bandeira/LeiaJáImagensRafael Bandeira/LeiaJáImagens
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Desfilando pela 87ª vez pelas ruas do Centro Histórico de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), o Homem da Meia-Noite ainda causa emoção nos foliões e no principal organizador do evento. O presidente do clube, Luiz Adolpho, diz que ainda se arrepia a cada ano que o Calunga se prepara para sair às ruas.

"Desde os meus 6 anos de idade que acompanho o Homem da Meia-Noite. Via aquele gigante passando pelas ladeiras e sempre sentia um misto de encantamento e medo. Passaram-se quase 50 anos e o sentimento é o mesmo por ele", relata Adolpho.

Há um mistério em torno do Calunga que simbolicamente representa a abertura oficial do Carnaval olindense. Sobre esse “dom”, para o presidente basta estar na frente da sede do boneco gigante para sentir a emoção e saber o que é o Homem da Meia-Noite. "Essa resposta se ele é místico, ou não, não é minha - é dele -, que quando sai as pessoas sentem tudo o que falam. Ele é muito especial", acentua.

Esse ano, o bloco carnavalesco prestou homenagem a cirandeira Lia de Itamaracá, ao percussionista Lucas dos Prazeres, e ao grupo Patusco. Para Lucas, ter o seu trabalho reconhecido e homenageado é uma construção coletiva. “Esse trabalho de quase 40 anos começou com a minha avó, no Morro da Conceição (bairro da Zona Norte do Recife)”, relata o percussionista. Para ele, se essa construção de geração em geração não tivesse acontecido, possivelmente nada do que está ocorrendo com ele seria possível.

Já a cantora Lia de Itamaracá aproveitou a ocasião para pedir que o Governo de Pernambuco dê mais espaço e oportunidade para que as pessoas que tentam a sorte no mundo da música, como um dia ela tentou, consigam fazer sucesso. “Eles têm que valorizar o trabalho desses artistas, o que não está acontecendo. Quem começa precisa de 'capital de giro' e um suporte do governo”, revela. A cirandeira também agradeceu pela homenagem prestada pelo Homem da Meia-Noite e diz que isso é resultado de muito trabalho. “Lia é uma mulher guerreira”, finaliza.

 

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