
Com apenas quatro anos, o pequeno Rithelly já tem a experiência que muitos gostariam de ter. Caboclo de lança do Maracatu Piaba de Ouro desde os dois, o menino encanta por onde passa com suas evoluções demonstrando seu amor e vocação à arte da caboclaria.
Rithelly aprendeu a ser caboclo assistindo ao pai, Lucivan Francisco, folgazão há 15 anos com passagens em maracatus de Nazaré da Mata e, agora, no Piaba de Ouro, de Olinda. O pequeno e o irmão, Carlos Lucas, de nove anos, já nasceram dentro da tradição e se dedicam a ela como gente grande.
A mãe dos meninos, a dona de casa Maria Mauricéia, acompanha tudo de perto. Ela conta que Rithelly adora brincar maracatu e passa o dia inteiro em casa, no bairro da Caxangá, no Recife, dançando: "Ele começa lá na frente e de repente, tem um monte de gente na frente de casa olhando", conta.
O menino começou na brincadeira por vontade própria, naturalmente, por onde passa encanta a todos que param para vê-lo e tirar fotos. A mãe é orgulho: "Ele tá puxando a cultura do pai", diz explicando o movimento natural da família de manutenção dessa tradição. Maria é a única que não sai no maracatu, mas acompanha tudo de perto e garante que é uma ótima atividade para os jovens, como seus filhos: "Se os mais novos se interessassem mais seria ótimo, o maracatu afastaria eles da violência e das drogas, é muito bom".
Rithelly não deu entrevista, preferiu empunhar sua guiada e continuar fazendo suas manobras na Praça Ilumiara Zumbi, onde nesta segunda (4) aconteceu a 29 edição do Encontro de Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. Mas, fez questão de colocar sua indumentária de caboclo para as fotos, para deixar registrado o grande pequeno caboclo que ele é.
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