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Violência • 17/02/2020 - 12:50 • Atualizado em: 17/02/2020 - 12:50

Após briga generalizada nas Virgens de Olinda, rastro da violência surge na Avenida Getúlio Vargas

Após a repercussão de uma briga generalizada durante o desfile, comerciantes revelam que dividem a sensação de medo durante o período carnavalesco

por Victor Gouveia
Rafael Bandeira/LeiaJáImagensRafael Bandeira/LeiaJáImagensRafael Bandeira/LeiaJáImagens

Um dia após as cenas de pancadaria que mancharam o desfile das Virgens do Bairro Novo, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), comerciantes descreveram o Carnaval como o período que mais temem por depredações e saques. Neste domingo (16), as imagens de uma briga generalizada tomaram as redes sociais. Parte dos foliões culpou a Polícia Militar de ter chegado tarde ao evento.

"Só tinha gente querendo confusão [...] é unânime [o sentimento dos lojistas]. A gente fica com medo e não tem o que fazer", afirmou o proprietário de um petshop localizado no foco da confusão. Joaquim França complementa que, para conter o vandalismo, gastou R$ 200 em tapumes, mas ainda assim, teve a frente da loja invadida. 

“A gente é obrigado a reforçar [com tapumes] porque a galera sacode muita coisa, bebem e acabam brigando. O portão tava meio forçado e alguém entrou aqui, porque tava com muito cheiro de urina e comida no chão”, relatou.

Para ele, mesmo com toda tradição, o bloco deveria acabar ou, ao menos, ser retirado da Avenida Getúlio Vargas. Por conta das folhas de madeira que vão permanecer durante todo Carnaval, ele projeta uma queda das vendas pois os clientes não vão enxergar as mercadorias do seu comércio.

A comerciante informal Silvana Aparecida destaca que também não vai lucrar com a comemoração. Ela conta que a violência aumenta a cada ano e, por isso, deixou de colocar sua barraca no desfile e nem mesmo vai curtir o bloco como foliã. “Cada ano vai ficando pior e mais violento. Sempre é briga”, frisou.

O público aguardava a passagem de onze trios elétricos, mas o atendente Felipe Santana afirma que as brigas motivaram o encerramento precoce do bloco. Ele conta que apenas nove trios passaram e que os clientes eram atendidos do lado de fora da farmácia gradeada.

 “Durante o restante do desfile foi [briga] do lado de lá, do lado de cá, no meio da rua […] foi generalizado”, completou. O atendente diz que viu policiais militares utilizando spray de pimenta e chegou a ouvir explosões, contudo, não chegou a ver prisões.

O que diz a PM

"A PMPE lançou cerca de 497 homens que garantiram a segurança dos foliões no bloco das Virgens do Bairro Novo. As patrulhas chegaram no local do evento em que saíram os trios por volta das 11h40. Durante todo o evento, a equipe policial conduziu cerca de 27 suspeitos e dois indivíduos foram presos. O primeiro estava portando uma faca, causando perigo à integridade física das pessoas. Já o segundo foi detido em flagrante por roubo a um celular e, no encaminhamento deste à Polícia Civil para os procedimentos administrativos, descobriu-se que o mesmo tinha um mandado de prisão em aberto, o qual foi imediatamente cumprido. Outras alterações verificadas também resultaram em condução de foliões exaltados ao posto de comando."

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