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Galo da Madrugada • 21/02/2020 - 07:57 • Atualizado em: 21/02/2020 - 09:15

Galo Gigante se ergue e dá início ao Carnaval do Recife

Assim como o próprio frevo, a tradição do Carnaval recifense ressurge aos pés da estrutura de aproximadamente 30 metros, fincada em uma das principais pontes da cidade

por Victor Gouveia
Giselly Santos/LeiaJáImagensGiselly Santos/LeiaJáImagensArthur Souza/LeiaJáImagensArthur Souza/LeiaJáImagensArthur Souza/LeiaJáImagensArthur Souza/LeiaJáImagensArthur Souza/LeiaJáImagensArthur Souza/LeiaJáImagens

Antes mesmo do sol clarear a cidade com seus raios de cristal, a imagem imponente do Galo Gigante já saudava os foliões na Ponte Duarte Coelho, no Centro do Recife. Como parte da tradição, às vésperas do sábado de Zé Pereira (22) a população acordou cedo para ver de perto suas cores e as novidades que abrilhantam o Carnaval ano após ano. Com confetes e brilho ao redor, uma orquestra de frevo fez reverência aos seus pés.

Para conhecer a nova fantasia da majestade do Carnaval recifense, as potiguares Simone Feliciano e Simone Silva saíram de Natal por volta de 1h da madrugada desta sexta-feira (21). “Eu venho pela tradição e por causa da alegria que é muito contagiante. A música é boa e as pessoas são animadas”, explica Silva, que curte o maior bloco carnavalesco do mundo há três anos.

Com as roupas de espanhola prontas, elas lamentam ter agendado o retorno precoce, ao fim da agremiação. Simone Feliciano enfatizou o tradicionalismo da festa popular para a preservação da cultura. "É uma festa bem autêntica. O que eu acho bom de Recife é porque não perde essa cultura do frevo e tudo isso contribui para que a gente possa vir aqui”, avaliou a turista que há cinco anos pula ao som das orquestras.

Tão certo quanto o Galo da Madrugada arrastar uma multidão é a visita feita pela equipe de corrida que Rômulo Melo faz parte. Vindos do bairro da Encruzilhada, na Zona Norte da cidade, o grupo fantasiado reforça o orgulho da cultura local. "Pra gente que é recifense, a imagem [do Galo] tem uma grande importância e, ver ele do jeito que tá, bonito... agora é pular o Carnaval", frisou o pirata.

Pelo segundo ano responsável pela caracterização do maior símbolo da festa, o artista Leopoldo Nóbrega sabe da representatividade da obra de quase 30 metros. “É uma honra poder honrar tanta gente”, ressaltou.

Sob a influência do circo itinerante, da arte armorial de Ariano Suassuna e de olho no futuro sustentável, o artista não nega que queria que a estrutura ficasse no local durante todo ano. Entre discos de vinil e painéis de led, 70% do material é reutilizado. Contudo, Leopoldo pretende confeccionar um Galo 100% reciclado no próximo ano, quando o criador do bloco, Enéas Freire, completaria 100 anos.

Sobre o retorno positivo do exigente folião recifense, o artista descreve que o feedbeck é resultado da "magia natural das coisas feitas com um propósito", mas dentre os elogios, um ganhou destaque. A visita do filho de Enéas, o cantor Gustavo Travassos, ainda na reta final de produção o emocionou. “Quando Guga Travassos entrou no barracão, viu e disse que tinha a impressão que Enéas tava vendo pelos olhos dele aquela maravilha, e se encantou”, revelou Leopoldo. Mesmo considerado o anfitrião da folia, a abertura oficial do Carnaval está marcada à noite, no palco do Marco Zero, área Central do Recife.

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