Nesse domingo (23), como esperado, os moradores de São José de Belmonte, município localizado no Sertão de Pernambuco, representaram a cultura local no desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no Rio de Janeiro. Os belmontenses participaram da ala 'Cavalgada de São José do Belmonte', evento que coroa a cultura popular que resiste há quase 28 anos em solo sertanejo.
A atividade remenora a uma das tradições mais fortes ainda preservadas no mundo, a 'Cavalgada à Pedra do Reino', que é realizada no município de São José de Belmonte anualmente. A idealização da festividade é uma parceria entre a Associação Cultural Pedra do Reino (ACPR), Prefeitura Municipal de São José de Belmonte e Governo de Pernambuco.
Segundo Débora Cavalcante de Moura, escritora nascida na cidade pernambucana, autora de três livros sobre a história da Pedra do Reino e participante do desfile, o momento foi “uma rememoração do sebastianismo, aos moldes sertanejos". Ela acrescentou: "É um caldeamento das culturas indígena, negra e ibérica. Vale a pena conhecer! A Paraíso da Tuiuti entendeu o valor da nossa cultura e mostrou ao mundo”.
A escola Paraíso do Tuiuti, fundada em 1954, em seu samba enredo ‘O Santo e o Rei’, contou a história de "dois Sebastiões" durante o desfile: o rei português que desapareceu no século 16, Dom Sebastião, e o santo padroeiro do Rio de Janeiro, São Sebastião. A escola explorou as lendas em torno de Dom Sebastião, que “navegou” mar adentro, além de mostrar as lendas brasileiras que transformaram o personagem em um mito. O último carro simboliza um grande altar para São Sebastião, com uma imagem enorme do padroeiro, que puxa um cortejo no final do desfile. A escola ainda recorda a todos que, no dia 20 de janeiro, é a data da celebração à existência e à história dos “dois Sebastiões”.
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